Culpar sempre os outros, para explicar e desculpar as próprias medidas. Este é o mais básico e clássico truque, que mais não é que a pior das qualidades do Português: sempre “eles” os malvados, e nós os iluminados. Ou a dicotomia entre os bons e os maus. Mas o pior não é essa avaliação facciosa, mas a mentira que a sustenta.
O governa refugia a sua acção num buraco de três mil milhões de euros. Ou a falaciosa teoria de se já ter gasto 70% do défice anualizado. O que é que eles viram que a Troika não viu ? O que é que eles viram para além dos 1,6 mil milhões reportado pela da União Europeia? E calma, os mesmos 1,6 mil milhões são explicados por 3 curiosas componentes: o buraco da Madeira, o Buraco do BPN, e a quebra de receita não corrente. Onde está na execução orçamental a responsabilidade do anterior Governo!? O anterior executivo em 2011, governou 3 meses, mais dois meses em governo de Gestão. É preciso muita lata para alguém se desculpabilizar com este embuste de suposto desvio.
Mas é na substância que está o previsível desastre. O Mentira colossal vai indexar num erro colossal. Explico porquê. Na minha perspectiva, como Economista, as reformas e nomeadamente as da administração Publica, devem ser feitas em alturas de expansão económica. É nestas circunstâncias que o estado tem de equilibrar e até criar um folga nas contas publicas, para poder á posterior ser uma almofada de injecção de cash na economia quando esta entra em contracção. O estado deve ser o contra ciclo dos ciclos da Economia.
Os Governos de Cavaco e Guterres não fizeram este trabalho. E de aqui resultaram os problemas de crescimento e consequente Endividamento.
Voltando ás medidas do Governo. O problema não está na equidade dos sacrifícios. O problema está neste voluntarismo inútil de se querer mostrar mais serviço que o requerido pela Troika. Esse voluntarismo idiota vai levar o País para o abismo. Esse abismo levará ao Incumprimento. Estas medidas vão acelerar o actual ciclo recessivo. Não havia necessidade. O Financiamento foi garantido cumprindo o memorando assinado com a Troika. Mais do que isso levará a cisões sociais. O clico passa a ser Invertível. E desta forma: mais austeridade traduz-se em mais recessão. Mais recessão implica mais défice. Mais défice potencia mais divida. Mais divida requer novamente mais austeridade. É um beco sem saída. Ou a única saída é o dowgrade da sociedade. O empobrecimento é o único output do referido ciclo. Tem razão o Primeiro Ministro quando defende que a saída da crise da Divida passa pelo empobrecimento País. Tem razão na tese, mas falha redondamente na cura. Estas medidas de autoridade não são preventivas, mas sim o acelerador definitivo para o default. Assim sim, o empobrecimento é irreversível.
Isto, meus amigos, foi rigorosamente a solução suicida para a Grécia. E hoje é o próprio FMI que reconhece que o garrote financeiro da Grécia não resultou. Mais, hoje é o próprio FMI que não quer repetir a asneira em Portugal, sugerindo estímulos ao crescimento. Eles não querem, mas o nosso Governo sim, quer. Repito: a mentira colossal vai indexar num erro colossal.
Um abraço
segunda-feira, 31 de outubro de 2011
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