domingo, 16 de dezembro de 2012

Equidade Fiscal

Era uma vez dez amigos que se reuniam todos os dias numa cervejaria para beber e a factura era sempre de 100 euros. Solidários, e aplicando a teoria da equidade fiscal, resolveram o seguinte:

- os quatro amigos mais pobres não pagariam nada;
- o quinto pagaria 1 euro;
- o sexto pagaria 3;
- o sétimo pagaria 7;
- o oitavo pagaria 12;
- o nono pagaria 18;
- e o décimo, o mais rico, pagaria 59 euros.

Satisfeitos, continuaram a juntar-se e a beber, até ao dia em que o dono da cervejaria, atendendo à fidelidade dos clientes, resolveu fazer-lhes um desconto de 20 euros, reduzindo assim a factura para 80 euros. Como dividir os 20 euros por todos? Decidiram então continuar com a teoria da equidade fiscal, dividindo os 20 euros igualmente pelos 6 que pagavam, cabendo 3,33 euros a cada um.

Depressa verificaram que o quinto e sexto amigos ainda receberia para beber. Gerada alguma discussão, o dono da cervejaria propôs a seguinte modalidade que começou por ser aceite:

- os cinco amigos mais pobres não pagariam nada;

- o sexto pagaria 2 euros, em vez de 3, poupança de 33%;
- o sétimo pagaria 5, em vez de 7, poupança de 28%;
- o oitavo pagaria 9, em vez de 12, poupança de 25%;
- o nono pagaria 15 euros, em vez de 18.
- o décimo, o mais rico, pagaria 49 euros, em vez de 59 euros, poupança de 16%.

Cada um dos seis ficava melhor do que antes e continuaram a beber. No entanto, à saída da cervejaria, começaram a comparar as poupanças.

-Eu apenas poupei 1 euro, disse o sexto amigo, enquanto tu, apontando para o décimo, poupaste 10!... Não é justo que tenhas poupado 10 vezes mais...

- E eu apenas poupei 2 euros, disse o sétimo amigo, enquanto tu, apontando para o décimo, poupaste 10!...Não é justo que tenhas poupado 5 vezes mais!...

E os 9 em uníssono gritaram que praticamente nada pouparam com o desconto do dono da cervejaria. "Deixámo-nos explorar pelo sistema e o sistema explora os pobres", disseram. E rodearam o amigo rico e maltrataram-no por os explorar.

No dia seguinte, o ex-amigo rico "emigrou" para outra cervejaria e não compareceu, deixando os nove amigos a beber a dose do costume. Mas quando chegou a altura do pagamento, verificaram que só tinham 31euros, que não dava sequer para pagar metade da factura!...

Aí está o sistema de impostos e a equidade fiscal. Os que pagam taxas mais elevadas fartam-se e vão começar a beber noutra cervejaria, noutro país, onde a atmosfera seja mais amigável!..."

Representativo e bem actual
Um Abraço
Joaquim

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Eleições nos Estados Unidos, a decisão: PROGRESSO VS RETOCESSO.

    Estão á porta as eleições nos Estados Unidos. De quatro em quatro anos, na primeira terça feira (Super Tuesday) de Novembro, o planeta fica suspenso a aguardar a decisão da eleição Americana. Isto, porque mais que qualquer outra eleição Democrática, esta vai influenciar a vida de todos, directa ou indirectamente. Tenho uma ideia clara e penso que inequívoca dos dois candidatos, mas antes disso vou-vos dar a minha opinião como vejo, hoje, os Estados Unidos.
    A ideia de um País Consensual é um mito sedutor. Existem duas Américas destintas e até antagónicas. Por um lado existe uma América: Progressista, Cosmopolita, Inovadora, Desenvolvida, Aberta e Tolerante. Do outro lado existe uma outra América visivelmente antagónica. Uma América profunda, Conservadora, Retrógrada, Inculta, Rural, Intolerante e profundamente Religiosa. Desde já clarifico que nada tenho contra a religião, até porque tenho uma formação Católica, Mas tenho tudo contra os fundamentalistas fanáticos que procuram “vender” e impor aos outros os seus princípios extremistas. Ou aqueles que se auto intitulam donos da verdade absoluta e do puritanismo Religioso.
   A primeira América que referencio está concentrada nas duas costas(Este e Oeste) e nos grandes Centros Urbanos como : Nova York, Lós Angeles, Chicago, Detroit. A outra América profunda encontra-se nos estados interiores como : Kansas, Oklahoma, Arkansas, Arizona. Sem qualquer pretensiosismo, nem querendo generalizar, diria que a América profunda vota no partido Republicano e a América Progressista vota no Partido Democrata.
     Conheço quatro estados dos estados Unidos : Florida, Nova York, Pensilvânia e Ohio. Em dois destes estados (Florida e Ohio) mais a Virgínia vai decidir-se a eleição do Presidente dos Estados Unidos. A história diz que quem ganha nestes três estados ganha a eleição Presidencial. Os três estados representam “apenas” cerca de 40 milhões do total do Universo dos eleitores, que são 310 Milhões. A importância destes estados explica-se por dois factores: Primeiro porque em todos os outros estados tudo está decidido. Como referenciei atrás existe um fosso cultural que indexa á priori a preferência partidária. O outro factor tem a haver com o sistema eleitoral americano. A participação no colégio eleitoral, é representado por um só partido em cada estado. Quer isto dizer que um só voto de diferença é suficiente para o partido ganhador ficar com todos os delegados desse estado. Este sistema eleitoral é naturalmente apontado por todos como ultrapassado e obsoleto. O mais grave é que pode não ser representativo das intensões de voto. Isso aconteceu em 2000 , na primeira eleição de George W. Bush , contra Al Gore. Bush teve menos votos , mas elegeu mais delegado , logo foi eleito Presidente para mal dos nosso pecados .Não suscita hoje duvidas a ninguém!..

    Outro factor que diferencia os Republicanos dos Democratas é o belicismo Republicano. Todos se lembram da guerra das estrelas do Presidente Ronald Reagan, que apesar de ter sido um razoável Presidente deixou um País Ultra endividado. A seguir tivemos o inicio do pesadelo Americano, pela via dos Presidentes Republicanos : Bush Pai e Bush Filho. Este ultimo para vingar os caprichos do seu progenitor inventou a Guerra do Iraque, falsificando eventuais provas da existência de armas de destruição maciça. Aqui começou a decadência da economia global. O mundo foi arrastado para um conflito armado inútil. O ódio Muçulmano contra o Ocidente subiu exponencialmente e implodiu numa ruptura Religiosa. Esta fragmentação resultou em permanentes ataques terroristas. O medo foi generalizado e acabou por ajudar a aniquilar a Economia.
    A outra visão da América que vos falava pela positiva, foi protagonizada pela administração Clinton. Em antítese ao ideal Republicano este Democrata brindou-nos como a maior prosperidade económica da história dos Estados Unidos. E sabem qual foi a formula simples? foi a primazia pela Economia que indexou prosperidade e mais equilíbrio social. A economia é tudo menos uma ciência exacta. Bill Clinton demonstrou que é a expansão económica a melhor receita para resolver os problemas do défice e da divida. Na Administração Clinton os Estados Unidos registaram um superavit orçamental. Esta é uma questão fundamental, meus amigos. O idealismo protagonizado pela extrema direita leva ao empobrecimento, fragiliza as contas publicas, e acentua o fosso social.
    Ora, o sucesso dos Estados Unidos da era Clinton, contaminou positivamente o resto do planeta, como sempre acontece. O problema veio a seguir. A grande contracção da Economia aconteceu no mandato de George W. Bush. Curiosamente ou não em mais uma Administração Republicana. A desastrosa gestão Bush mergulhou o mundo na maior crise da História, só comparável com a grande depressão iniciada em 1929. E mais uma vez voltou o belicismo Republicano em detrimento da expansão Económica. Geroge W. Bush envergonhou os Norte Americanos aos olhos do mundo. Verdade seja dita que o hoje o mundo começa a ridicularizar a Europa de Angela Merkel ,quase da mesma forma.

    Volto agora aos actuais candidatos. Barak Obama inverteu definitivamente a trajectória de decadência que estamos a assistir á quatro anos atrás. Isto acontece em condições tremendamente difíceis. Mais ainda quando temos uma Europa paralisada e na iminência de uma ruptura no seio da União Europeia. No entanto a Economia Americana inverteu a tendência anterior e agora cresce e cria empregos. Para além disso , o Terror foi banido. Já notaram que não ouve um ataque terrorista aos Estados Unidos nos Últimos quatro anos? A frase mais brilhante desta campanha e fatal para os seus opositores foi proferida por Joe Biden (Vice de Obama) : «Bin Laden is dead and General Motores is alive» Impossível o contraditório. Este é o “desvio Colossal” que separa os dois candidatos. Sabemos o valor emblemático da General Motores para os Americanos. Esse valor tema a haver com o sucesso do Modelo Economico que idealizam, e que culmina com o tão proclamado “Sonho Americano”. Uma sociedade livre que privilegia a economia e as liberdades individuais. Paradoxalmente, é pela via dessa combinação que se melhora a formula para o bem estar colectivo. São as liberdades Individuais que sustentam a legitima preocupação colectiva. Ora a preocupação social abona a favor de Obama. Defendeu na campanha eleitoral um serviço Nacional de saúde para todos. Como é possível na sociedade mais desenvolvida do mundo 40 milhões de pessoas não ter acesso ao seu bem estar mais elementar como o é a Saúde. Nos Estados Unidos é vedada a entrada nas Urgências dos cidadãos que não tenham um seguro de Saúde. Um Hospital antes de perguntar pelo estado de saúde do doente, pergunta pela apólice de seguro. É cruel e incompreensível no País que respira Democracia. Obama cumpriu, e tornou a Saúde acessível a todos. Liderou a mudança de paradigma e mentalidade. Nada mais complexo na sociedade Americana. Mas é neste enquadramento que emergem os grandes estadistas. A obra de um Político é valorizada sempre á posterior. Estou convencido que isso acontecerá com Obama, e que ficará na galeria dos notáveis. Como ficaram outros grandes estadistas que lideraram a América em situações de grande dificuldade. Franklin Roosevelt que liderou o País a seguir a grande Depressão e durante segunda guerra mundial. Ou Abraham Lincoln que em 1860 governou durante a Guerra Civil Americana, e conseguiu preservar a União e abolir a escravatura.

     O partido Republicano brinda-nos com o seu pior : Mitt Romney. Escolheu um fanático, que agrada á outra América profunda e retrógrada. Retrógrada porque Hipócrita. Mitt Romney é também fanático na Religião. Pertence á Igreja Mórmom (Igreja dos Santos dos Últimos dias) , que defende, por exemplo, a auto-suficiência num mundo cada vez mais global. Defendem a virtude absoluta em detrimento das falhas que os próprios julgam ás outras regiões. Até agora existia o “Tea Party”, como a pior das variantes do partido Republicano. Estes defendem uma sociedade Anárquica e sem impostos , ondem imperam apenas os mais fortes. Desconfio que Mitt Romney envergonharia até o próprio “Tea Party” . Os mais desatentos a esta facção civilizacional, seguramente conhecem Mitt Romney pela sua mais que evidente incompetência. Como é possível o mundo ser liderado por uma personagem que por onde passa fica conhecido pela “chacota” do ridículo . Aqui vou deixo algumas das gafes :
      Afirmou que os Árabes palestinos são culturalmente inferiores. Como se pode governar perante tal insensibilidade ?. Na véspera de visitar o Reino Unido afirmou que Londres não estava preparado para a Olimpíada , criando um incidente diplomata. Comunicou aos Jornalistas que não pode responder a mais de 3 perguntas numa viajem ( pois , pudera !). Disse que os seus eleitores pagam impostos para 47% dos eleitores Americanos que votam em Obama e se que fazem de vitimas e dependem do governo/subsídios: Laconicamente disse : « eles acham que têm direito a saúde , comida e casa». Baralhou-se na geografia em relação á Síria ao dizer que a Síria de Bashar al-Assad tem importância estratégica para o Irão , pois « é sua rota para o mar». Interrogou-se «porque é que não é permitido abrir as janelas dos aviões !?» Apresentou o seu candidato a vice-presidente, Paul Ryan, como «the next President of United States». Outra Gafe Brutal ( ou não !) foi quando Romney escreveu em Novembro de 2008 no NYT um artigo com o Titulo : “Deixem Detroit ir á Bancarrota” no intuito de atacar o resgate que Obama fez á Industria automóvel. Todos nos interrogamos: é este senhor digno de ser o homem mais poderoso do Universo? Apetecesse dizer : era só mesmo o que nos faltava!

   Vamos ver se o furacão Sandy não vai condicionar a eleição. Penso que não. O governador Republicano de New Jersey elogiou o trabalho da equipa de Obama. Recordam-se da forma desastrosa com que Bush lidou cm o Katrina em 2005? Ou a incapacidade de liderar o País num momento de desgraça. Também nesta matéria Romney mostrou insensibilidade e visão curta ao ter defendido há poucos meses num artigo no New York Times a descentralização e até privatização do FEMA , a agencia nacional que coordena os desastres naturais. Quer dizer que o resgate das pessoas poderia ser feito em função do nível de rendimentos – esta foi uma eventual interpretação, mas que não deixa de ser caricata. Mas não tenham duvidas que esta é visão redutora e medíocre de uma certa facção da Sociedade. Mitt Ronmey não está interessado em criar mais riqueza. Está interessado em concentrar mais riqueza, e afundar ainda mais o ratio da desigualdade. Como por exemplo o facto de 1% dos mais ricos deterem 90% da riqueza. Daí o movimento “Ocupem Wall Street”

   Espero a confirmação de boas noticias na terça feira. Volto a reiterar : era só mesmo o que nos faltava outra desgraça a seguir ao desastre Europeu. No contexto Político actual em Portugal esta tragédia seria protagonizado pelo seguidismo e cegueira do bom aluno da errática política de Merkel. Qualquer coisa como , ser-mos um duplo bom aluno : De Merkel e Romney ?! conseguem imaginar o terror !?

   Apoio Barack Obama, pelo que acabo de defender. Rejeito convictamente os que rejubilam com a apologia da pobreza, como hoje esta na moda.


Um abraço

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Jorge Jesus, o vencido deslumbrado

    
      Hoje vou escrever-vos sobre futebol, mas também com uma transposição directa á situação política e social que vivemos. Sou adepto e sócio do Benfica. Tenho dois cativos anuais que renovo todos os anos. Isso não me impede de fazer autocritica. Pelo contrario, dá-me mais lucidez critica.

       A semana passada não falhei esse imperdível duelo Benfica VS Barcelona.
Estádio cheio, a transbordar de emoções e expectativas. Muita cor e muito orgulho de todos neste glorioso clube. Estava do outro lado um super Barça. Mas mesmo assim espera-se um duelo, reitero. Só que esse duelo não existiu. Ouve uma equipa que desistiu antes do jogo começar. Como todos sabemos a grandeza deste desporto prima por não haver vencedores antecipados. Nem sempre ganha o mais forte, e muitas vezes ganha o mais determinado e concentrado. O mais aguerrido consegue, tantas vezes, suplantar o mais talentoso. Perde quase sempre o que se auto inferioriza. O que se diminui. Uma certeza : é sempre derrotado o que se deslumbra com o adversário. Surpreendentemente isso aconteceu neste Benfica-Barça. É absolutamente normal o Barça ganhar ao Benfica dois a zero. Mas é reprovável um clube com o SLB estender, vergonhosamente, a passadeira ao seu adversário. Fiquei chocado. O Benfica corporizou uma atitude patética de plena subserviência. Não estou a exagerar, pois constato que equipas muito mais fracas, como o Getafe ou Levante, deram mais luta e mostraram muito mais dignidade quando defrontaram o mesmo Barça. O empenho, a agressividade, e a ambição não se alienam, senhor Jorge Jesus!

    Arrepiante atitude, mas percebi logo a seguir porquê. Já no carro, ouvi a conferencia de imprensa do treinador. O que o Líder transmitiu á sua equipa antes e depois do jogo ,foi a teoria dos “coitadinhos” que estavam a jogar com a melhor equipa do mundo. Tendo a lata de referenciar que o Benfica afinal tinha jogado muito bem, mas que jogava contra extraterrestres. Fiquei perplexo. Este comportamento, deplorável, daria direito a despedimento numa empresa que luta todos os dias por melhorar a sua performance. Quer dizer que o sr: Jesus já tinha desistido, á priori, de querer ganhar o jogo, e que afinal queria era perder por poucos !! Impressionante vassalagem !  

    Mais, pensava eu, que esta mentalidade retrógrada já não existia. Que esse tempo tinha acabado. Pensava eu que esta mentalidade medíocre já estava banida no actual futebol Português. Até por uma razão muito simples : Portugal vende, através do futebol, uma marca de excelência á escala global. A provar isso está o facto de esta semana, a selecção Nacional ter subido ao terceiro lugar do raking FIFA. Terceiro Lugar!,… e só estamos a falar do desporto mais mediático do planeta ! Em quantos outros sectores de actividade nos posicionamos neste patamar !? Nenhum. Mais ainda quando falamos em termos absolutos. Não está corrigido por nenhum ratio populacional ou complexo geográfico. Dirão alguns dos meus amigos : mas do que nos serve termos uma boa Industria do futebol ? Ficarão surpreendidos se vos disser que o futebol é na Europa o sétimo sector de actividade económica que mais contribui para o Produto Interno Bruto. E nosso caso, produzimos e exportamos em grande escala !

     Voltando a Jorge Jesus, reconheço que este homem sabe de futebol. Muitos o intitulam como o mestre da táctica. Concordo. Sendo essa uma vantagem , não é o factor primordial. Muito menos decisivo no sucesso. Defendo que a Liderança de uma organização está longe de se esgotar na questão técnica. Pelo contrario, é a gestão emocional que hoje diferencia os resultados finais. É a gestão comportamental que incute ambição. É a gestão da mente que faz valorizar os pontos fortes em detrimento das fragilidades. Cada vez mais os factores de ordem emocional e comportamental ganham vantagem em relação á boa utilização da técnica quantitativa. Esses factores abrangem domínios como o “coaching” , a gestão do stresse , a gestão de conflitos , a comunicação eficaz, a gestão do tempo, os índices de motivação. É fulcral o “teambuiding” para atingir os objectivos.
      Jesus sabe de futebol, mas é um péssimo líder. Um medíocre gestor de recursos humanas. Há dois anos perdeu em toda a linha para o Jovem André Vilas Boas. Nos resultados, mas principalmente na comunicação verbal.

      Em antítese a Jorge Jesus, dou-vos um exemplo que a maior parte concordará. 
Jose mourinho pode até não perceber tanto de táctica com Jesus, mas é irrepreensivelmente muito melhor Manager que Jorge Jesus. Sade liderar. Sabe incutir ambição e confiança. É um extraordinário Gestor de Recursos Humanos .Sabe lidar com a variável emocional. Não se inferioriza. Tira a pressão aos jogares concentrando-a em si próprio.. Pode não ser consensual na critica ( como ninguém o é ) , mas é Unânime do reconhecimento e gratidão da parte de todos os seus subordinados. Não há registos de apontamentos negativos de um jogador treinado por Jose Mourinho. Esta analise é muito interessante. Porque nunca, mas nunca , o vi deslumbrado com qualquer adversário..   Resultado inequívoco: Mourinho é um ganhador nato. Mourinho não tem complexo de pequenez. Tem orgulho de ser Português. Isto é, na minha opinião, absolutamente notável.  

      A subserviência de Jorge Jesus ao Barça é análoga á de Passos coelho
a Angela Merkel. Como já escrevi, Mario Draghi ousou confrontar Merkel e ganhou. Através dos Instrumentos do BCE segui um caminho diferente. Por uma vez a Alemanha de Merkel foi derrotada, e os mercados reagiram quase apoteoticamente . Alguma duvida ? Não. Esta foi a única boa noticia que o governo Português aferiu no seu mandato. Os juros baixaram, a pressão sobre a crise da Divida foi atenuada. O que é inacreditável é que Passos Coelho torceu o nariz ao pragmatismo de Draghi em abono a sua “chefe” Angela. Ou seja , o nosso Primeiro Ministro não apoio a única boa noticia concedida aos Portugueses . Isto é irreal, para não dizer trágico, meus amigos.
      Até o FMI nos surpreendeu esta semana. Emite um relatório onde faz meia culpa, e reconhece o erro do excesso de autoridade que requereu. Isto é gravíssimo , uma vez que muitos perderam o emprego e grande parte do tecido empresarial foi destruído. Com tantos avisos como é possível errar , destruindo tantas vidas humanas ? Pois, mais vale tarde que nunca diz sabiamente o povo. A questão agora é : até quando Merkel vai insistir no desastre o e nos levar ao abismo ? até quando teremos ,em nossa casa, governantes Cobardes , submissos e DESLUNBRADOS com os erros (!) dos mais poderosos ??

      Já aqui escrevi sobre a letargia do PROVINCIANISMO de Passos Coelho. O DESLUMBRAMENTO de Jorge Jesus é a mesma face da mesma moeda. Da má moeda, sublinhe-se.

Um Abraço
Joaquim Marques

sábado, 25 de agosto de 2012

Draghi, também tu super Mário ?

O Presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mário Draghi , surpreendeu os analistas e os mercados pela positiva. Gosto de Draghi. Revejo-me no seu pragmatismo. É na minha opinião e na qual conjuntura uma excepção á mediocridade geral dos actuais Líderes Europeus. Estes contabilizam fracassos absolutos na sua acção. Também os anteriores presidentes do BCE, primavam por incutir um espírito conservador nas suas politicas monetárias, acima de tudo porque instituíam como prioridade as medidas anti-inflacionistas. Compreendo essa preocupação numa lógica de expansão económica. Mas não no actual contexto de contracção da economia. Sucedem-se cimeiras atrás de cimeiras e a paralisia continua. Chega a impressionar a falta de coragem de tomar decisões. Reina a incapacidade fruto do Egoísmo. O falhanço é total. Draghi, há cerca de duas semanas atrás bridou-nos como uma mensagem diferente. Finalmente uma voz lucida. Proferiu qualquer coisa como o seguinte : “ O BCE tem mecanismos para resolver esta crise. Acreditem em mim e isso será suficiente” . Simples mas notável, na minha opinião. Não, não foi sequer um problema de tradução, ou um Italiano a expressar-se mal em Inglês. A provar isso, fica a reacção dos mercados financeiros. Foi imediata. Surpreendente até. As bolsas não pararam de subir durante mais de uma semana. O que os mercados apreciaram foi o facto de alguém propor soluções e não desculpas. Finalmente, acção e não retórica. Os mecanismos que Draghi não explicitou mas que os mercados interpretaram imediatamente, tinha a haver com dois pressupostos / medidas: a hipótese da baixa da taxa de juro de referencia para novo record (abaixo dos actuais 0,75%), e também a possibilidade do BCE comprar divida no mercado secundário aos Países agora mais expostos (Itália e Espanha). A primeira medida seria um estimulo apreciável ao crescimento. Recordo que a taxa de juro base da reserva Federal nos Estados Unidos é 0.0%..0,25% - mínimo histórico, precisamente para estimular a economia. Acabo de ler no Diário Economico de hoje que Bernanke ( Presidente do FED) diz existir margem para lançar mais estímulos á economia Norte Americana. É confrangedora a comparação com os “vermes” Europa. A segunda eventual medida de comprar divida, via BCE, visaria blindar os juros da divida dos Países em dificuldade. No fundo, instrumentalizar o BCE a agir, o que erraticamente Merkel recusa fazer , ou seja a emissão de títulos divida conjunta (Eurobonds). O plano de Draghi culminaria na sua plenitude com o que tenho defendido e escrito á muito tempo. Com esta “tirada” parecia que Draghi estava a preencher o vazio de Liderança, do fantoche Merkel e seus “muchachos”. Pois bem, infelizmente este foi sol de pouca dura. Durou apenas duas Semanas ! Isto porque o mundo ficou suspenso pelas eventuais medidas que Draghi tinha premeditado. Mas Draghi, já pressionado, foi um “flop”. Criou expectativas inúteis. Desiludiu em toda a linha. Afinal uma mão cheia de nada. Não só não baixou a taxa de referencia, como decidiu comprar divida apenas se o resgate for solicitado pelos governos de Itália e Espanha. Eu fiquei perplexo!! mas imediatamente entendi : também o Super Mário se vergou vergonhosamente ao Budesbank e á srª Merkel. Espera-se que fosse consequente e não inconsequente, como todos os outros. Esperava-se acção e não inacção. Esperava-se coragem e não cobardia. Impressionante foi a reacção dos mercados financeiros. Ainda Draghi discursava e já as bolsas em todo mundo baixavam 4/5%.Isto eu nunca tinha visto, e á muito acompanho as variáveis que influenciam as bolsas. Inédito. Cruel, mas representativo. A perplexidade que referi, não foi definitivamente um capricho meu.. Esperava-se um Super Mário e afinal saiu um cordeirinho da errática política da Chanceler. Apetece dizer : também tu Super Mário ? Verdade seja diga que foi a crise do subprime nos Estados Unidos que contaminou em definitivo a Europa. Esta bolha Imobiliária conduziu a uma crise financeira , e esta por sua vez a uma crise Económica. Foi no seio da crise económica que acertadamente os estados injectaram dinheiro na economia para evitar o colapso da mesma. E evitaram mesmo, não se repetiu a grande depressão com inicio em 1929. Mas foi essa injecção de liquidez que induziu na crise da divida. É essa crise de divida que a Europa mostra incompetência de resolver. Incompetência essa que pode levar a uma nova recessão económica, e Global. Esse é o patamar actual. Este é o debata que é urgente lançar. E deixo-vos esta reflexão : é este impasse na Europa que começa agora a condicionar o próprio crescimento dos Estados Unidos. E isso pode ter consequências fatais , ou seja, a não reeleição de Barack Obama em Novembro próximo. Até porque já todos entenderam que o Republicano Mitt Romney representaria um retrocesso não só na economia como também civilizacional. Voltarei , seguramente e aqui , a emitir a minha opinião sobre a eleição Presidencial nos Estados Unidos, pois esta será decisiva e condicionará o futuro de todos nós. A União Europeia é o projecto mais bem conseguido da história da humanidade. Nenhum outro se nivelou a este sucesso. Constitui-se sem conflitos armados. Conseguiu-se respeitando a heterogeneidade cultural, com um fim sólido de convergência, de progresso. e bem estar. Tudo isso agora está em causa pela cobardia de quem lidera. Não tenham duvidas , uma Europa não Unida ou fragmentada será insignificante no quadro global. O sua implosão influenciará a Economia Global , será fatal para a própria Europa, e suicida para a Alemanha. Impressionante alguns não entenderem esta tese. No simbolismo da ultima Olimpíada, em Londres, Transpôs uma analogia para a Europa e o seu papel no mercado Global. Vejam-se o resultados dos Países por medalhas. Existem dois Gigantes : Estados Unidos e China, e o resto dos Países a grande diferença. Os Resultados, por medalhas, de cada um dos Países Europeus é ridículo quando comparado com os referidos Gigantes. Mas vejam , a Europa esmaga se somarem o conjunto das medalhas dos Países da União Europeia. Repito Esmaga, claramente a concorrência. Até no desporto a Europa é a maior potencia do Globo. Sozinha a Alemanha foi humilhada, no medalheiro da Olimpíadas. Pois,… Que grande ensinamento! Que grande analogia e ensinamento (reitero) para todas as áreas da sociedade global, da Economia á Política. Que grande lição. É esta a dicotomia de dois caminhos antagónicos. Um levará á decadência europeia, ou a ruina do projecto mais bem conseguido de sempre. O outro a uma Europa dominadora, competitiva, ou o sitio do planeta onde todos ambicionam viver. Um abraço Joaquim

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Passos Coelho, o Provinciano.

Reconheço que simpatizei inicialmente com Passos Coelho. Na forma e até na substância. Na forma, seguramente, pois brindava-nos com uma mensagem pela positiva, sem qualquer pretensão de lavagem de roupa suja em relação ao anterior executivo. Isto era novidade, e em antítese a todos os outros Governos. Na substância porque incutia uma mensagem que o estado deve desperdiçar menos. E que se deve promover as liberdades individuais, com mais iniciativa privada, mais empreendedorismo. A ideia acertada de que com menos peso do estado, naquilo que o mesmo não tem competências para gerir, como o seu sector empresarial, a sociedade se libertava de mais carga fiscal, e isso promoveria o crescimento, a competitividade e o emprego. Na vertente Política era também amplamente meritório o afastamento de Passos em relação ao Cavaquismo na sua vertente mais obsoleta e retrógrada. Mas principalmente o caciquismo do cavaquismo : ou o “dream team” , Dias Loureiro, Duarte Lima, Oliveira Costa, Isaltino,…. Pois bem, mas a verdade absoluta e invariável é que passado um ano, podemos concluir que este é o Primeiro Ministro mais IMPREPARADO da história da democracia Portuguesa. E nesse leque incluo Pedro Santana Lopes, para que não haja duvidas. Vou a seguir tentar fundamentar esta “sentença”. Não sou Político, mas nada tenho contra os Políticos profissionais, pois se prosseguido o seu fim, a política é a mais nobre das profissões , no serviço da “coisa” publica. O mesmo não direi dos “meninos” sem talento que chegam ao mundo dos negócios pela via ”papá”. Calma, nem todos os casos, pois conheço alguns bem meritórios. Mas esses não constituem a maioria. No caso Passos Coelho existe uma terceira via. A via “Angelo Correia”. Desmascarou-se agora essa mentira de Passos como homem dos negócios ou Gestor de empresas. Afinal esta era apenas uma aposta num “jota” , que começou a trabalhar depois dos 30 anos , e que prometia futuro político. Percebem-se agora as tiradas infelizes de Passos Coelho em relação aos jovens que devem Emigrar!, á desvalorização social como factor de competitividade, ao empobrecimento como estratégia de desenvolvimento do País. E agora com essa extraordinária ideia que afinal é uma oportunidade estar-se no desemprego! Que esperança dá este PM a jovem empreendedor ? O crédito vedado, a economia em contracção, por Politicas erradas. .. Não Sr. Primeiro Ministro o mundo real da economia não se resume ao “tacho” de gestor que teve na teia de empresas de Angelo Correia! O mundo Real e as dificuldades das pessoas não são tão redutores como a sua mente julga! Nem toda a gente pode “ir ao pote” como sugeriu, pois o senhor seguramente não sabe o que é estar desempregado, como não sabe o que é ter que desempregar alguém! O senhor não teve que trabalhar. O seu exemplo é um não exemplo. As suas empresas não competiam no mercado aberto. Os seus méritos de Gestão, ou ausência deles, eram insignificantes nos resultados das suas empresas. Mas o que mais repúdio em Passos Coelho é o seu Provincianismo. São duas lógicas antagónicas ser-se da Província ou ser-se Provinciano. Eu sou Beirão ou da Província com todo o orgulho e convicção. Trabalho em Lisboa a mais de dez anos, mas todas as minhas raízes, família e amigos estão na Beira. Quando me chegam noticias da minha terra regozijo-me quando são boas. Procuro relativizar as menos boas. E repugna-me as de pura maledicência, ou demagogia. Esse é também um dos problemas da cidade e do País. A ausência de massa de critica em contraponto com o insulto fácil. Sempre a mesma lógica : auto responsabilizar sempre os outros pelos insucessos colectivos. Ou pior, auto responsabilizar os outros pelas frustrações próprias. Isso é uma variante do Provincianismo. Ser-se provinciano, é sair-se da Província e deslumbrar-se com o mundo. O provinciano quando visita outro País julga ter realizado um feito apreciável, quando a única coisa notável que fez foi passar a fronteira. O provinciano vê sempre a galinha dos vizinhos distantes mais gorda que a dos seus vizinhos próximos. O provinciano tem um complexo de pequenez. O provinciano não suporta o sucesso dos seus conterrâneos. O provinciano sorri de ansiedade com a desgraça alheia mais próxima, mas deslumbra-se com os mais poderosos. Sr, Primeiro Ministro, vou-lhe referir qual é o expoente máximo do Provincianismo. Foi protagonizado por sua excelência. Vamos aos factos. Como já escrevi anteriormente a Europa mergulhou na cise da divida por culpa própria, e não apresenta soluções ,por culpa de quem manda e por culpa dos cobardes como vossa excelência. Esta semana Rajoy falou pela primeira vez nos Eurobonds ( eu já os defendo á cerca de dois anos ). Se existe um problema de divida é preciso blindar os Países mais expostos ao efeito especulativo. Não vale a pena culpar os mercados. A Alemanha de Merkel não terá nenhuma iniciativa para inverter o desastre, até ás eleições do próximo ano. Esta é uma visão medíocre e redutora da Europa, protagonizada por Líderes também medíocres, que olham para o umbigo em detrimento da “big picture”. Garantido é que deles não rezará a História. Mas existem agora outros sinais. Um dos maiores seguidores de Merkel já roeu a corda. O Primeiro Ministro Holandês demitiu-se por achar errática a política de austeridade imposta á Europa, pela Alemanha. Mário Monti o Primeiro Ministro Italiano defendeu também a emissão conjunta de Obrigações /títulos de dividas. Mario Monti é , como sabem , um tecnocrata , não um Político. Holland , prometeu o mesmo , e verdade seja dita brindou a Europa com uma nova dinâmica e Esperança. E entusiasmou os outros. Toda a gente já entendeu. Merkel não quer torcer o braço enquanto existirem eleições locais na Alemanha , prefere correu o risco da Hecatombe para a Europa e para a…. própria Alemanha. Inacreditável. Porque trágico. Mas, meus amigos, a apoteose do ridículo foi protagonizada por outro suposto estadista. Tenho que voltar a si, Sr. Primeiro Ministro. Com toda esta nova onda de Politicas que dão primazia o crescimento, e volte face de tantos , o senhor quis agradar ao chefe. Ou á chef(a) par ser mais rigoroso. Olhe, dou-lhe desde já um conselho : os bons chefes são os que gostam de ouvir uma opinião diferente para assim moldar e melhorarem a sua própria opinião, mesmo que legitimamente possam não a mudar. Os bons chefes não querem que tudo se resuma a um monólogo. Os bons chefes prescindem de quem não acrescenta valor. Os bons chefes esperam competência e soluções dos seus subordinados. Os bons chefes preferem o contraditório aos “yes men”. Tenho uma máxima que á muito defendo: quando duas pessoas numa organização pensam exactamente da mesma forma, uma delas sobra. A sua chefe, Sr. PM, não será seguramente um exemplo de chefia ou liderança , mas o Senhor é uma fraude como subordinado. Não é digno de representar os interesses do País que o elegeu. Esse País que o senhor representa seria dos mais beneficiados na emissão conjunta de obrigações Europeias. Mas o senhor subserviente ao chefe humilhou todos os Portugueses, ou pelo menos os seus interesses. O Senhor ao referir-se , que não concorda com a emissão dos Eurobonds ,ou que estes seriam apenas, um ponto de chegada, vergou-se vergonhosamente. O senhor como na sua vida trabalhou pouco anda deslumbrado com o poder. E como é hipócrita e quer agradar aos “grandes”, faz figuras tristes. Olhe que gerir não é cortar cegamente. Isso é fácil e não tem riscos. Dou-lhe outro exemplo. Provincianismo é auto intitular-se como assíduo da leitura, e até se invocar Jean-Paul Sartre como referencia. Depois descobre-se que não conhece a obra do Autor, ao referir que leu um livro que nem sequer existe, como fez questão de notar Pacheco Pereira. Não é vergonha não ler Jean-Paul Sartre. Vergonha é a mentira ao serviço da vaidade pessoal. Vergonha Pior ainda é quando vaidade pessoal esbarra na Pieguice. Pois,…É este o expoente máximo do Provincianismo. O Provincianismo e o Anacronismo são os maiores pecados da nossa história. A má noticia é que hoje temos um Primeiro Ministro que corporiza a variante mais patética do Provincianismo. Mudará para melhor a Europa, seguramente , e o Sr. Primeiro Ministro ? Um abraço a todos Joaquim

terça-feira, 1 de maio de 2012

Poderá a França de Hollande evitar o abismo?

A actual Alemanha, de hoje, tem uma visão redutora da Europa. Conheço relativamente bem a Alemanha, posso-vos dizer que, por razões profissionais, é o sitio do Planeta onde tenho mais amigos, excluindo naturalmente Portugal. Constato uma grande diversidade de opiniões, mas é real em muitos quadrantes da sociedade a ideia que é a Alemanha que paga a preguiça dos Países do Sul da Europa. É comum ouvir-se “ andamos nós a trabalhar para outros não produzirem e estarem tranquilos apanhar sol na Praia !” Penso que todos entendemos a razão por que chegamos a esta crise global. Mas talvez nem todos entendam a razão por que a Europa ainda não inverteu o rumo. Na ressaca a crise do sub prime e após injecção de liquidez no mercado da maior parte dos governos, equacionavam-se dois caminhos para a saída da crise. Um passava por estímulos á económica e incentivos na criação de emprego. A Lógica é que seria o crescimento económico que sustentaria o anterior agravamento da divida e do défice. Uma outra perspectiva é que o financiamento da economia se solidificaria com uma Política de austeridade. Ou seja, empobrecer os Países mais expostos aos mercados. Fazer um dowgrade no seu poder compra, desvalorizar os salários, para equilibrar a balança comercial: menos importações (pela quebra do poder de compra) e promover as exportações ( aquelas que assentem na mão de obra barata e não qualificada ! ) Esta é a forma de instituir o retrocesso Economico e a desvalorização social como formula suposta de estes Paises se voltarem a financiar nos mercados. O Primeiro caminho foi seguido pelos Estados Unidos, o segundo pela Europa via MERKOSY. Pois bem, vamos agora aos RESULTADOS: A Europa mergulha numa crise de divida. A austeridade teve um efeito perverso. Em vez de menos divida e menos défice, registou-se mais divida, mais défice, e mais contracção económica. Pior ainda, se o grande desígnio era “agradar” aos mercados este brindaram a emissão de títulos de divida com mais juros e menos procura. O segundo caminho, mencionado acima, foi protagonizado pelo Estados Unidos. Os resultados não suscitam duvidas: expansão económica, BOOM no sector automóvel, e criação de emprego. Vejam-se os ratios macroeconómicos do País, ou ainda o “Stock Exchange Market” – O Dow Jones está acima dos 13.000 pontos, ou seja, perto de atingir um Máximo histórico! É ou não é comum afirmarmos que são os mercados financeiros que antecipam sempre os ciclo económicos? Angela Merkel personifica uma visão limitada, medíocre e redutora da Europa. Não está a altura de grandes estadistas como Helmot Kohl , só para referenciar alguém com a mesma conotação Política. Se Merkel governasse nos anos 70/80 não se teria efectivado a reunificação Alemã e muito menos o projecto Europeu. A sua preocupação são as eleições Locais e Regionais. Não tem um Modelo ou um projecto para a Europa, quando a mesma Europa mais o necessita. Fundamento a seguir a razão porque penso que Merkel nos está a guiar para o desastre. Mas gostaria primeiro de relevar as virtudes da Alemanha ( não da Alemanha via Merkel ). Seria tremendamente injusto não reconhecer que a Alemanha é efectivamente um caso emblemático de sucesso. Digo-o pela sua capacidade produtiva. Pelo desenvolvimento e Inovação. Pelo esplendor da sua capacidade organizativa. Pela primazia tecnológica. Tudo isto são chavões que têm uma tradução pragmática na competitividade e Excelência dos seus produtos. Aqui reside o extraordinário mérito da Alemanha. Mas deixo uma pergunta? É isto suficiente para a Alemanha ter sucesso absoluto nos mercados? Não é, e por uma razão muito simples : é preciso que esse mercado exista. De que serve alguém ser o melhor do mundo a fazer seja o que for, se depois não tiver a quem vender? Poderemos até defender que a Alemanha tem um grande mercado interno de 80 Milhões. Mas é isso suficiente para alimentar o “motor”? Não, não é. E também por uma razão muito simples: O sucesso económico da Alemanha está esmagadoramente indexado ás suas Exportações. Mas deixo-vos agora o dado mais significativo : mais de 60% das exportações da Alemanha são para a Zona Euro. Não para a União Europeia, mas para a Zona Euro. Daqui advém uma conclusão muito objectiva: O Euro, como moeda forte, defende inequivocamente os interesses da Alemanha. O Euro brinda á Alemanha o MERCADO que a Excelência dos seus produtos proporciona. Registe-se, numa altura que existe contracção Global da Economia as multinacionais Alemãs, batem recordes de vendas como a Siemens , Daimler , BMW , Bayer e esta semana a VW. Pois bem , facilmente se pode extrapolar que se não existisse a moeda Única , todos os restantes Países da zona Euro desvalorizariam progressivamente as suas moedas. O que tornava progressivamente mais caros os produtos provenientes da Alemanha. No limite , se se confirmar a saída de algum País da zona Euro estima-se uma desvalorização imediata de 60% da moeda local VS Euro . Quer dizer que os magníficos produtos da Alemanha ficariam 60% mais caros, logo inacessíveis. O impacto seria um “brutal fact”, para toda a União Europeia , mas principalmente…para a Alemanha. Ou a implosão da “locomotiva”. Se a Alemanha é quem mais BENEFICIA com a moeda Única, é legitimo que exerça também as suas OBRIGAÇÔES. Uns meses atrás ouvia Merkel defender categoricamente que não queria uma União da divida. Eu penso exactamente ao contrario. Se existe um problema de Divida, terá que ser encontrada uma solução comum para a Divida. Na minha opinião a forma de blindar o efeito especulativo é pela via de emissão conjunta de obrigações ou títulos de divida. Os chamados EUROBONDS Não vale a pena culpar os mercados. Eles agem onde podem maximizar o seu lucro. Permitam-me a analogia, todos nós colocamos o nosso dinheiro onde com segurança nos pagam mais juros, ou doutra forma quando vamos ao supermercado compramos os produtos com melhor relação preço qualidade ( independentemente da origem, dos colaboradores, ou das politicas empresariais, ou dos capitais que os finaciam) . O problema não são os mercados. O que carece são os Políticos e estadistas. Implementar austeridade é fácil, difícil é fazer reformas. Cortar é fácil, difícil é gerar riqueza. Um claro exemplo que mostra como errática é a política MERKOSY. A Espanha mudou de governo e a semana passada apresentou um package inédito e ambicioso de medidas de autoridade. Qual foi a reacção dos mercados ? Os juros bateram um novo record na emissão de divida. Ou seja, as medidas de Rajoy foram ridicularizadas para o efeito pretendido. Não tenhamos duvidas, este é o efeito irreversível que vai dizimar País a País, Economia a Economia. A Espanha não tem um problema de divida, mas foi e está a ser atacada. E porquê ? Respondo com uma absoluta banalidade : porque era o seguinte. E vai haver sempre um seguinte do seguinte. « A Austeridade está a empurrar a Europa para o Suicídio » este é o veredicto do Nobel da Economia “Joseph Stiglitz” proferido esta semana. Mas não é preciso ir longe , estou de acordo com Marcelo Rebelo de Sousa que repetitivamente defende que o melhor que poderá acontecer á Europa é “ver-se livre destes dois : “Mercosy” Isto poderá ser muito mais que uma tragédia grega. Reitero: é a hora dos políticos que estejam á altura de : Olof Palme; De Gaulle ; Helmot Kohl; Jack Delores, Churchill Mitterrand. É por isso também hora de correr com os situacionistas, os medíocres os hipócritas e os cobardes. A Derrota de Sarkozy poderá ser a inflexão deste ciclo desastroso conotado com Angela Merkel . A dar-me razão veja-se o que aconteceu esta semana com o despertar de Merkel á provável derrota Sarkozy e mudança do seu discurso admitindo a injecção 200 Mil Milhões de Euros na economia, pela via do BEI, para estimular o crescimento e o emprego. Sarkozy falhou, vai fica conhecido por ser apenas a muleta da política errática de Merkel. Este senhor não existe politicamente. É um mero Cataventos,… Não sei se Francois Holland está a altura do tremendo desafio, provavelmente não. Mas vale pena tentar inverter o caminho para o suicídio que Stiglitz prognostica. E já agora que influencie “outros” que instituíram como única prioridade ser os bons alunos do desastre,…. Um abraço Joaquim Marques

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Ó Duque : “É a competência, estúpido! “

Na bem sucedida campanha eleitoral de Bill Clinton em 1992, contra a eventual reeleição de George Bush (Pai) , James Carville ficou celebre com a citação «É a económica, estúpido» . Esta máxima garantiu o seu lugar no panteão das citações Universais. Daqui estabeleço uma analogia para a nossa “Praça” que gostaria que fosse igualmente eficaz. Calma, não tenho essa pretensão. Mas vou-vos dar um exemplo bem elucidativo do pior que o nosso País tem. Que tem e continua a produzir em grande escala.

João Duque é conhecido por todos, por nos entrar todos os dias em casa pela via SIC - Noticias, ou em qualquer outro filme de terror juntamente com Medina Carreira. Mostra-se com uma posse superior. Fala calmamente, pois pensa estar num nível superior. Apresenta-se enfadado com País, pois este tornou-se pequeno para o seu talento. Chateado de ter nascido num País que não o ouve. Constrangido com as banalidades dos outros. Já não cabe no País, pois o mesmo não está a altura de compreender a sua genialidade.
Bom, passemos então ao seu notável contributo. Pensava eu que lá chegava pela via dos meus conhecimentos em Economia. Mas não é preciso nenhum descodificador. Tenta a táctica de bem falante, mas a substância do seu discurso é nula. Inócua no conteúdo. Inchado do seu background, mas fútil na mensagem. Indignado com a sociedade, mas usa-a para as suas teorias esotéricas e Imbecis. Não há uma ideia. Uma explicação sequer. Uma Fundamentação. O único output é falar mal de quem acrescenta valor e tem Iniciativas. A sua arma é a cultura da maledicência. Na sua cabeça, comparado com o seu talento tudo é mau no País: Governantes, Gestores, os empresários, os trabalhadores, O Don Afonso Henriques, a geografia do território, a Industria do futebol, os Banqueiros, as auto estradas, as barragens, os barrocos,…. Afinal quem é o pacóvio? “É a competência, estúpido.”

Para ficarmos esclarecidos e elucidar o ridículo, pelo menos uma vez na vida João Duque foi convidado pelo Primeiro Ministro a trabalhar. Repito trabalhar, não falar mal. Foi convidado para coordenar um grupo de trabalho na definição de serviço publico de televisão. O resultado é publicamente conhecido : Um desastre. Á apoteose da irresponsabilidade. Medíocre na capacidade de Gestão de recursos. Trapalhada na coordenação do grupo que encabeçava. Nem sequer o trabalho de casa foi feito, em previamente diagnosticar os “Issues” e estudar os devidos dossiers. A taxa de reprovação da opinião publica foi total, não me lembro de tanto Unanimismo. Já me esquecia de referenciar o extraordinário resultado deste “task team” – passo a citar João Duque : « A RTP Internacional deve ser filtrada e trabalhada pelo Governo » . Será que este senhor se referia ao Burkina Faso !?. Senão, então João Duque percebe tanto de Economia como o Emplastro do dossier de Privatização da RENE ! Com todo o respeito para o Emplastro que também nos entra em casa quase todos os dias, mas que não incomoda ninguém, muito menos produz tele lixo. “É a competência, estúpido.”



Este Senhor é uma nulidade como Gestor. O grande paradoxo é como ser possível liderar uma instituição como o ISEG! Como é possível tanta incompetência!? O que é possível é a grande “lata”. Depois de lhe ter caído a mascara voltou ao seu emprego garantido! Pudor e vergonha não fazem parte do seu léxico dos profetas da Desgraça. “É a competência, estúpido.”

O problema, meus amigos, não é João Duque ser incompetente. O problema é a notoriedade que lhe é concebida. E essa notoriedade é o resultado da estratégia dos medíocres : atacar tudo e de todos, e nivelar tudo por igual. Mais, o problema do País não é João Duque, o problema do País são a infinidade de João Duques que a sociedade está a produzir. Tenho referenciado vezes sem conta esta catástrofe cultural. Esta catástrofe não é temporária, é transversal á sociedade Portuguesa. A ausência de massa critica em contraponto com a cultura da maledicência. É esta a maior crise do Pais. Não depende de ciclos ou da conjuntara externa. Não tende a diminuir, expande-se. E porque inimputável justifica o desastre a que chegamos. “É a competência, estúpido.”

Um abraço
Joaquim Marques